Resultado das eleições venezuelanas e expressões do MERCOSUL e da UNASUL
Nicolás Maduro ganha as eleições na Venezuela com um 50,66% dos votos e Henrique Capriles com 49,07%, segundo os dados difundidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O MERCOSUL e a UNASUL se expressam ante a legitimidade dos comícios eleitorais. Enquanto que na Venezuela a oposição convoca a se mobilizar e reclama a recontagem de 100% dos votos.
Maduro logrou 7.505.338 votos, 50,66 %, enquanto que Capriles obteve 7.270.403 (49,07%), segundo informou o CNE com 99,12% dos votos escrutados de umas eleições convocadas trás a morte de Chávez no passado 5 de março.
Os simpatizantes chavistas que se congregaram desde horas da tarde do domingo ante o Palácio de Miraflores festejaram o resultado dos comícios. "Podemos dizer que temos um triunfo eleitoral justo, legal, constitucional, popular", afirmou Maduro em um discurso ante seus seguidores desde o palácio de Miraflores (sede de Governo).
Trás o anúncio dos resultados o candidato da oposição, Capriles, afirmou que não reconhecerá sua derrota até que não se recontem todos os votos. "Nós não vamos reconhecer um resultado até que não se conte cada voto dos venezuelanos", indicou Capriles em uma declaração pública trás o anúncio dos resultados na última hora do domingo.
Por seu lado, Maduro, comunicou publicamente que manteve uma conversa telefônica com o líder opositor sobre os resultados dos comícios e assegurou que aceita que se faça uma auditoria. "Boas-vindas a auditoria, já estava estipulada a auditoria", sentenciou Maduro, ao lembrar que este é "o único lugar do mundo" em que se faz auditoria de 54% das urnas em cada eleição.
"Os mais interessados na auditoria somos nós, eu solicito oficialmente ao Conselho Nacional Eleitoral a realização de uma auditoria de frente para o país", ratificou. O presidente encarregado formulou, assim mesmo, um chamado à oposição para que saiba administrar o resultado deste processo "com humildade".
"Faço este chamado, com o espírito de meu comandante e pai, Hugo Chávez, por favor, saibam administrar o resultado que obtiveram com humildade, sem prepotência, sem desafiar a Venezuela inteira, sem convocar à violência", manteve.
Mobilizações e protestos
A Fiscal Geral da Venezuela, Luisa Ortega Diaz, informou ao meio-dia desta terça-feira que os protestos que surgiram desde a segunda-feira em todo o país para exigir uma recontagem dos votos já produziram um saldo de sete mortos e 61 feridos.
Em resposta aos penosos acontecimentos o presidente eleito Nicolás Maduro prometeu “mão dura contra o fascismo”. O mandatário proibiu de antemão a anunciada marcha que a oposição realizaria nesta quarta-feira para a sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) em Caracas. “Que me derrubem, se querem”, desafiou, e instou aos meios de comunicação privados, em particular às televisoras privadas Venevisión e Televén, a decidir “se estão com a pátria". "Chegou a hora das definições na Venezuela”, declarou.
A titular do Ministério Público também divulgou a detenção de 135 cidadãos supostamente implicados em atos violentos, que serão apresentados na quarta-feira ante os tribunais.
Díaz anunciou que se abrirá uma investigação contra os detidos, que poderiam ser imputados pelos delitos de “instigação ao ódio, desobediência das leis e rebelião civil”. Ao tempo em que advertia que se lhes poderiam confiscar seus bens, assegurou também que, de se determinar que atuaram de modo articulado, poderiam ser acusados de “associação para delinquir”, delito previsto no código penal.
MERCOSUL
No dia de ontem, 15 de abril, o MERCOSUL emitiu o seguinte comunicado:
Os Estados Partes do MERCOSUL, em pleno exercício de seus direitos, felicitam ao povo venezuelano pela ampla participação nos comícios para a eleição presidencial da República Bolivariana da Venezuela, no passado 14 de abril.
Destacam o compromisso com a defesa dos princípios democráticos e da transparência que esta eleição refletiu.
Felicitam ao presidente eleito, Nicolás Maduro, reiterando seu total apoio e compromisso para continuar o caminho da integração regional de nossos Povos.
UNASUL
Por seu lado, 15 de abril, a missão eleitoral da UNASUL comunicou o seguinte:
A Missão Eleitoral da UNASUL cumprimenta ao povo venezuelano pelo espírito cívico e democrático demonstrado na ocasião do ato eleitoral do dia 14 de abril.
Em base ao acordado com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a UNASUL foi testemunha de um amplo exercício de cidadania e liberdade por parte do povo venezuelano.
A atividade cumprida pela Missão de Acompanhamento será objeto de um relatório que será entregue à presidência do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Em relação aos resultados eleitorais Oficiais divulgados no dia de ontem, a Missão de Acompanhamento Eleitoral da UNASUL declara –tal como o manteve desde sua instalação no país- que estes resultados devem ser respeitados por emanar do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), única autoridade competente na matéria de acordo às disposições constitucionais e legais da República Bolivariana da Venezuela. Todo reclamo, questionamento ou procedimento extraordinário que solicite algum dos participantes do processo eleitoral, deverá ser canalizado e resolvido dentro do ordenamento jurídico vigente.
Dado em Caracas aos 15 dias do mês de abril de 2013.
Lic. Carlos Chacho Álvarez, Representante Especial Dr. Wilfredo Penco, Coordenador Geral da Missão Eleitoral da UNASUL
Fonte: Agências de Notícias, UNASUL e MERCOSUL.