Repercussões e novidades da Cúpula Social do MERCOSUL no Paraná
Com a participação de representantes de movimentos e organizações sociais de países de todo o MERCOSUL, se desenvolveu nos dias 11 e 12 de dezembro em Paraná, Argentina, a Cúpula Social do MERCOSUL, prévia a Cúpula de Presidentes, que ocorrerá na mesma localidade nos dias 17 e 18 próximos. Durante o encontro se ressaltou a importância de seguir avançando para a soberania política, para a independência econômica e para a justiça social em todo o continente.
As atividades se concentraram na emblemática Escola Hogar Eva Perón, e o ato de abertura, ao meio-dia da quinta-feira, foi presidido pelo ministro de Cultura e Comunicação da Argentina, Pedro Báez.
Durante o encontro, as diversas organizações e movimentos sociais que participaram ratificaram o compromisso de “continuar avançando no aprofundamento e na consolidação da Pátria Grande”, e "a importância do papel protagônico das organizações sociais e dos movimentos populares na construção, aprofundamento e consolidação da nossa integração, que têm como pilares fundamentais a soberania política, a independência econômica e a justiça social, se diferenciando daquele processo de integração inspirado em uma matriz neoliberal baseada no ‘Consenso de Washington’”.
Também se expediram pelo "aprofundamento da integração regional, que requer da construção de objetivos comuns na área da política exterior, da política social e da construção de órgãos legislativos de caráter multinacional, para avançar em relação à soberania política, independência econômica e justiça social".
Durante a Cúpula se ressaltou a transcendência da democracia e o respeito aos direitos humanos como valores e condições essenciais para a construção de todo processo de integração.
Sobre o particular, se considerou essencial avançar para a implementação da eleição direta dos representantes do Parlasul, e se instou aos Estados da região a garantir a livre circulação das pessoas; os direitos dos migrantes; o combate ao tráfico de pessoas, o trabalho escravo; e o direito das pessoas a não migrar, gerando as condições necessárias de inclusão em seus respectivos países.
Em um documento emitido pelas organizações e movimentos participantes, se manifestou a reprovação "as fumigações indiscriminadas sobre escolas, povos em zonas urbanas e periurbanas, que geram efeitos nocivos sobre a saúde e deficiências a longo prazo, comprometendo as gerações futuras".
Também se repudiaram "os assassinatos e os desaparecimentos forçados e outras violações aos direitos humanos contra o povo mexicano, em particular, os 43 estudantes da localidade de Ayotzinapa" e a situação que se registra no Paraguai.
Neste documento se afirma que "a redução das dívidas dos países da região foi uma condição essencial para o desenvolvimento de nossos processos de integração". Nesse sentido, reprovou "energicamente as manobras especulativas dos fundos abutres (fondos buitres) que tentam submeter ao povo argentino".
Finalmente, deixou constância da "satisfação pela próxima incorporação do Estado Plurinacional da Bolívia como membro pleno do MERCOSUL", o que permitirá avançar "na ampliação do processo de integração".
Fontes: Telam e El Argentino
Foto: El Argentino