Chanceleres da CELAC avançam na consolidação da 'Agenda 2020' para o desenvolvimento
Representantes dos 33 países que integram a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), reunidos em Quito na terça-feira 5 de maio, alcançaram consensos durante a VIII Reunião de Chanceleres com respeito ao rascunho da 'Agenda 2020’, apresentada por Equador, no exercício da presidência pro tempore do bloco em 2015.
Fontes da chancelaria equatoriana confirmaram que os participantes conciliaram aspectos relacionados com as prioridades propostas para incentivar o desenvolvimento na região, considerada a mais desigual a nível planetário na distribuição de riqueza.
Equador propôs aos integrantes da CELAC estabelecer metas a curto, médio e longo prazo em vários eixos, como na redução da pobreza extrema e da desigualdade, ciência, tecnologia e inovação, mudança climática, infraestrutura, conectividade e financiamento para o desenvolvimento.
O texto resultante deste encontro será remitido aos chefes de Estado e de Governo da CELAC para sua avaliação e posteriormente o documento deverá ser aprovado em uma reunião de chanceleres do organismo regional, prevista para julho em um cenário ainda por definir.
Ao iniciar os debates, o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, adiantou que não seria aprovada a 'Agenda 2020' porque ainda falta afinar os termos da proposta e incluso homologar estatísticas nacionais a fim de avançar para os objetivos comuns.
Adiantou que se trata de uma negociação complexa, devido à abordagem de temas técnicos e políticos de 33 países, porém expôs que existe uma vontade expressa por parte dos Estados para o estabelecimento de metas em função dos desafios regionais.
“Esperamos hoje (terça-feira) tomar uma decisão de estabelecermos um tempo prudencial para acabar de discutir a proposta da agenda e poder resolvê-la nos próximos meses”, indicou.
Apontou que não é indispensável que esta agenda esteja pronta para a reunião CELAC-União Europeia (UE), prevista para junho em Bruxelas, não obstante disse que os elementos principais e os conceitos são comuns.
Sobre esta reunião birregional, Patiño indicou que a CELAC aspira fazer uma avaliação do alcançado até agora trás 20 anos de intercâmbio, analisar quanto se avançou, que se requer para que a relação seja mais frutífera e tenha resultados concretos, “e não sejam diálogos, diálogos e diálogos”.
“A ideia é fazer um relançamento da relação prévio a uma avaliação do trabalho. Isso queremos resolver na Cúpula UE-CELAC de junho”, disse.
Equador, de acordo com o Chanceler, propôs “discutir seriamente os temas de migração, os compromissos sobre a mudança climática e os temas das transnacionais, “que em outras ocasiões não foram tratados com profundidade.”
Os debates foram realizados a portas fechadas no hotel Marriott da capital equatoriana, onde também se analisou a cooperação derivada do Fórum China-CELAC, lançado em janeiro deste ano em Pequim, e as perspectivas para a ampliação dos investimentos e da cooperação prevista por ambas as partes.
Fonte: Agência de Notícias Andes - Equador.