Ministros da saúde do MERCOSUL assumiram plano de ação para combater doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti
Após a preocupação pelo crescente número de casos notificados de dengue, chikungunya e Zika nos países da região, se reuniram os ministros da saúde do MERCOSUL e Estados Associados e países convidados, junto com autoridades da OPS, em prol de desenvolver ações conjuntas para pesquisar, diagnosticar, e evitar o avanço epidemiológico.
A reunião se realizou nesta quarta-feira 3 de fevereiro em Montevidéu. Participaram os ministros de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Paraguai, Peru, República Dominicana, Suriname, Uruguai, Venezuela, uma representante do Ministério da Saúde do México, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS), Carissa Etienne, e representantes do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde.
A reunião foi proposta pela presidente brasileira, Dilma Rousseff, na IV cúpula da CELAC, após conhecer a situação da Colômbia, onde o vírus Zika afeta a 14 mil colombianos segundo afirmou o presidente Juan Manuel Santos. Por outro lado, o Brasil decretou em novembro de 2015 a situação de emergência na saúde pública, quando vinculou o aumento de casos de recém nascidos com microcefalia, com o vírus Zika.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou em 1º de fevereiro uma “emergência de saúde pública de importância internacional”. Afirmou que existe uma relação fortemente suspeitosa entre o vírus do Zika, transmitido por um mosquito, e o aumento na América Latina de casos de microcefalia, uma malformação congênita em crianças que nascem com uma cabeça e um cérebro anormalmente pequenos. “Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal entre o vírus do Zika e as malformações congênitas e síndromes neurológicos, há fortes motivos para suspeitar sua existência”, afirmou a diretora da OMS, Margaret Chan.
A OMS-OPS se comprometeu em elaborar protocolos e diretrizes técnicas e apoiar as linhas de ação manifestadas pelos ministros. Criar-se-á um Grupo Ad Hoc de seguimento da emergência, para estudar, monitorar e estabelecer as recomendações que correspondam. Este grupo estará coordenado pela Presidência Pro Tempore em exercício, atualmente a cargo do Uruguai, que apresentará seu primeiro relatório na próxima Reunião Ordinária de Ministros da Saúde do MERCOSUL.
Os ministros resolveram 16 pontos na declaração conjunta subscrita, onde se comprometeram a planejar e executar campanhas de educação para o controle vetorial dirigidas à preparação da população. E fomentar a pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para o diagnóstico, prevenção e tratamento da infecção pelo Zika e suas consequências sobre a saúde da população, entre outros.
O vírus do Zika se transmite pela picada de mosquitos vetores do gênero Aedes. Conhece-se desde a década de 1950, como proveniente da região equatorial que abrange da África à Ásia. Em 2014 se propagou ao leste através do oceano pacífico para a Polinésia Francesa, e depois para a Ilha de Páscoa para chegar em 2015 e 2016 a América Latina e o Caribe. A doença produz sintomas similares a formas leves de dengue, seu tratamento consiste basicamente no repouso, e na atualidade não há medicamentos ou vacinas para sua prevenção. A febre do Zika está relacionada com outras doenças similares, como a febre amarela e a febre do Nilo Ocidental, as quais também são produzidas por mosquitos.
Fontes
Notícias da América Latina e o Caribe (nodal)
Ministério da Saúde
Site OMS