Coordenadora de Centrais Sindicais do Cone Sul emite um comunicado ante a situação atual do Bloco
A CCSCS expressou através de um comunicado sua oposição à decisão de Argentina, Brasil e Paraguai, de não permitir o traspasso da Presidência Pro Témpore do MERCOSUL a Venezuela, situação que qualificou de “golpe contra o MERCOSUL e contra os povos da região”. Também convocou a organizações da sociedade civil, a movimentos sociais, ao Parlasul, a partidos políticos na região, e às secretarias de UNASUL e da OEA, a não aceitarem este “retrocesso”.
Crise MERCOSUL: Convocação a todas as Organizações da Sociedade Civil dos Estados Partes e Associados
O movimento sindical do Cone Sul se encontra consternado ante a reação dos governos de Argentina, Brasil e Paraguai ao impedir o traspasso da Presidência Pro Témpore à República Bolivariana de Venezuela.
O Comunicado de Imprensa 82/16 do Governo da República Oriental do Uruguai, com data de 29 de julho último, comunica a finalização da PPTU e o traspasso à PPT de Venezuela em cumprimento do artigo 12 do Tratado de Assunção e do artigo 5 do Protocolo de Ouro Preto, que regula a rotação das Presidências Pro Témpore.
Isto ocorre depois de muitas evasivas de alguns Estados Partes para a realização das reuniões ordinárias do Conselho Mercado Comum, onde fica clara a oposição de Argentina, Paraguai e Brasil à transferência da Presidência a Venezuela.
O império de uma ideologia extrema de alguns governos lhes impede aplicar um raciocínio conforme a ordem jurídica do bloco regional e mostram uma pressa excessiva para excluir à República Bolivariana de Venezuela, viciar a vontade integracionista que rege há um quarto de século na região, instalar novas hipóteses de conflito que tínhamos amplamente superadas e instaurar um modelo de livre mercado conforme a dinâmica dos projetos comerciais do pacífico, de Europa e Estados Unidos.
A Coordenadora de Centrais Sindicais do Cone Sul, que há 30 anos luta por mais direitos e democracia se opõe fortemente a este golpe contra o MERCOSUL e contra os povos da região.
Nossas organizações afiliadas representam mais de 30 milhões de trabalhadores e trabalhadoras; uma força que nos permite convocar aos movimentos sociais, as organizações da sociedade civil, os partidos democráticos que defendem a integração e solidariedade entre nossos povos, os membros do PARLASUL, as Secretarias Gerais da UNASUL e da OEA, que não aceitem esse retrocesso.
As consequências de um ato ilegítimo como esse terão efeitos demolidores sobre a integração regional. Vamos denunciar este ato autoritário em todos os espaços, ao tempo em que comunicamos que estamos em estado de alerta e mobilização, seguros que todos os trabalhadores e trabalhadoras do MERCOSUL se mobilizarão em prol do fortalecimento de nossa integração sul-americana.