Horacio Cartes ganha às eleições no Paraguai
O empresário Cartes ganhou por mais de 45% dos votos sobre o candidato opositor Efraín Alegre; com seu triunfo o Partido Colorado volta ao poder após cinco anos.
Os resultados eleitorais mostram a Cartes com um 45,91% dos sufrágios, a Alegre com 36,84% e a Mario Ferreiro, da coalizão centro-esquerda Avança País, com 5,55 por cento.
O multimilionário, dono de vinte empresas e recém chegado à política, Cartes, conseguiu uma vitória bastante mais cômoda do que prognosticavam as pesquisas sobre o liberal Efraín Alegre, em uma jornada que foi realizada com absoluta normalidade.
Depois de oficializado o triunfo pelo TSJE (Tribunal Superior de Justiça Eleitoral), que declarou a Cartes como o novo mandatário do Paraguai, o presidente eleito agradeceu a Deus por sua vitória e assegurou: "É uma vitória da República do Paraguai, porque ganhamos todos os paraguaios, ganhou o partido, porém ganhou a República do Paraguai", disse em sua primeira mensagem pessoal a seus simpatizantes no posto de controle eleitoral dos colorados.
Por seu lado, o candidato ganhador afirmou que cumprirá as promessas da campanha com o país, os jovens, as mulheres, e particularmente com seu partido, ao que qualificou como "o maior e mais lindo do mundo".
"Na campanha falávamos que escutando as pessoas queríamos um novo rumo e quero reafirmar-me no compromisso assumido em campanha, e ratificar-lhes agora, ao partido Colorado e a todos os outros partidos e a quem não faz parte de nenhum partido, que ganhou o Paraguai e o compromisso é com todos os paraguaios", insistiu.
O atual mandatário Federico Franco (cargo que assumiu depois do juízo político parlamentar ao presidente Fernando Lugo), felicitou seu sucessor e lhe assegurou uma entrega do poder "serena e pacífica". Franco disse ter se comunicado com o opositor colorado Cartes para felicitá-lo como "presidente eleito" e se pôr a "disposição". "Ratifiquei-lhe a Horacio Cartes meu compromisso de uma transição ordenada, serena e pacífica", asseverou o liberal Franco, que deve entregar o poder no próximo dia 15 de agosto.
Lembramos que ante os fatos ocorridos em junho de 2012, a Rede de Mercocidades manifestou seu apoio ao governo democrático do presidente Lugo através de um comunicado emitido por sua Comissão Diretiva, reconhecendo no juízo político e suas irregularidades uma situação fragilizada do processo democrático, e apoiando a decisão da UNASUL e do MERCOSUL ao respeito. Assim mesmo, reafirmou sua solidariedade com o pesar do povo paraguaio e lamentou profundamente a perda de vidas humanas na localidade de Curuguaty. Ler mais.
Relatório da UNASUL
A missão de observadores da União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) elogiou ontem (22 de abril) o desenvolvimento das eleições de domingo no Paraguai, em uma "construção coletiva que legitima os resultados da disputa política e dos governos que dela surgem".
Em uma conferência de imprensa, o coordenador da missão, Alejandro Tullio, qualificou de "profissional" a tarefa do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE) do Paraguai, e destacou a elevada participação dos votantes e a responsabilidade dos atores eleitorais, e não constatou irregularidades.
O chefe do Grupo de Alto Nível para Paraguai na UNASUL e da missão de observação, o peruano Salomón Lerner, declarou que se trata de "um relatório positivo do que ocorreu como processo eleitoral".
O documento, lido pelo coordenador geral da missão eleitoral, Alejandro Tullio, ressalta a participação eleitoral, que alcançou um 68.57%, o mais alto dos últimos dez anos no país. Em 2003 e 2008 houve 62 e 65 por cento de participação eleitoral, respectivamente.
Tanto a UNASUL como o MERCOSUL, suspenderam a Paraguai de ambos os blocos regionais trás a destituição do presidente constitucional Fernando Lugo, no dia 22 de junho de 2012, condicionando seu retorno à celebração de eleições transparentes e democráticas.
Fonte: Agências de Notícias