Conclusão da Cúpula do MERCOSUL em Paraná
A 47ª cúpula de chefes e chefas de Estado do MERCOSUL finalizou com a ênfase na integração regional como estratégia de integração para o mundo e com a ratificação de um modelo de desenvolvimento comum dirigido à inclusão social e à distribuição da renda. Durante o encontro se manifestou a “profunda reprovação” à Lei aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos “que aplica sanções ao povo e ao governo da Venezuela”. Além disso, avançou-se no iminente ingresso da Bolívia como membro pleno do bloco.
A presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, ressaltou que os países que integram o MERCOSUL demonstraram que “é impossível se integrar ao mundo se não se está (antes) integrado na região”, ao encabeçar a cúpula de chefes e chefas de Estado do bloco realizada em Paraná, Argentina.
As palavras que pronunciou a mandatária no discurso de abertura da Cúpula, que concluiu com a transferência da presidência pro témpore a Brasil, foram recebidas pela maioria dos mandatários e conceitualmente ficaram refletidas também nos documentos subscritos durante o encontro.
O conceito de integração, e sobretudo a integração com inclusão social, foi retomada em seus discursos pelos presidentes José Mujica (Uruguai), Evo Morales (Bolívia), Nicolás Maduro (Venezuela), Dilma Rousseff (Brasil) e Horacio Cartes (Paraguai), os quais também remarcaram a necessidade de contemplar as assimetrias existentes entre seus países.
Mais além das formalidades, o nome do presidente boliviano ficou estampado no documento referido às ações dos presidentes dos “Estados Partes” do MERCOSUL.
No documento assinado pelos presidentes do MERCOSUL se ratificou “sua determinação de fortalecer a dimensão social e cidadã da integração, ressaltando a importância dos trabalhos que se desenvolvem nos distintos fóruns para garantir a geração de emprego e o crescimento econômico com justiça e inclusão social”.
Na matéria econômica “manifestaram a necessidade de continuar incentivando iniciativas e ações que conduzam a avançar na complementaridade das estruturas produtivas dos Estados Partes, o qual permitirá fortalecer o modelo regional de desenvolvimento econômico inclusivo e ajudará a melhorar as condições de competitividade dos diferentes setores”.
Os presidentes também deixaram sentado que se encontram à espera de uma oferta por parte da União Europeia para avançar nas negociações de um acordo comercial.
O documento também manifesta sua “profunda reprovação” à Lei aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos “que aplica sanções ao Povo e ao Governo da Venezuela” e solicitam ao Governo de Barack Obama que se abstenha de aplicá-las.
Em uma declaração especial, os Estados Partes do MERCOSUL reafirmaram também sua solidariedade à Argentina no conflito que mantém com os fundos abutres (fondos buitres). De igual forma reiteram seu “permanente apoio aos legítimos direitos da República Argentina na disputa da soberania relativa à questão das Ilhas Malvinas”.
Os mandatários do MERCOSUL destacaram as ações do Equador pela mudança da matriz energética que assumiu e consideraram “emblemático” seu projeto de substituir o uso do gás de petróleo liquefeito subsidiado, por cozinhas de indução no setor residencial. Ao mesmo tempo em que parabenizaram ao governo por esta iniciativa, que ressaltam como um exemplo para a região no combate da mudança climática, assim como também pelo fortalecimento de seus setores eólicos, solar e elétrico.
A 47ª Cúpula de mandatários do MERCOSUL esteve atravessada também pela notícia da mudança na relação entre Estados Unidos e Cuba, tema que foi mencionado e celebrado, por exemplo, por Rousseff e Maduro em seus respectivos discursos durante o plenário.
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Fontes: Télam e Infobae