Quito será sede do encontro mundial Hábitat III
A capital equatoriana será sede da Terceira Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável e Habitação, Hábitat III, que se realizará em outubro de 2016. A Conferência tem como objetivo assegurar o compromisso político pelo desenvolvimento urbano sustentável e identificar e abordar os desafios da Nova Agenda Urbana mundial.
Trás 20 anos da realização de Hábitat II em Istambul, Quito será sede da terceira edição. A Comissão de Assuntos Econômicos e Financeiros das Nações Unidas recebeu a candidatura da sede do governo equatoriano, e o diretor executivo da ONU-Hábitat, Joan Clos foi o responsável de anunciar a aprovação do organismo.
“A sede da Conferência Hábitat III é uma grande oportunidade para o Equador e a América Latina em incentivar a implementação de uma nova agenda urbana global, que se espera construir com a participação de todos os Estados Membros das Nações Unidas, da sociedade civil, da academia e todos os setores interessados, que se esperaria que comparecessem em Quito para a celebração desta Conferência em 2016″, expressa o comunicado da ONU.
Desde 2009, a maioria da população mundial vive em cidades. Atualmente, as zonas urbanas são uma combinação viva da história, da civilização, da diversidade e da cultura. A urbanização tem sido uma força que tem mudado quase tudo: as formas de pensar e de atuar, formas de utilizar o espaço, estilos de vida, as relações sociais e econômicas, e padrões de consumo e produção. As cidades, como espaços de inovação econômica e produtiva, proporcionam oportunidades para melhorar o acesso aos recursos e serviços, assim como as opções nos campos sociais, jurídicos, econômicos, culturais e ambientais.
Entretanto, as cidades são também espaços onde a pobreza multidimensional, a degradação ambiental e a vulnerabilidade aos desastres e o impacto da mudança climática estão presentes. Hoje em dia, mais de dois terços da população mundial vive em cidades com maiores níveis de desigualdade que há 20 anos.
Para o secretário geral, Joan Clos, “a Conferência é uma oportunidade única para repensar a política urbana para que os governos possam responder mediante a promoção de um novo modelo de desenvolvimento urbano capaz de integrar todas as facetas do desenvolvimento sustentável, promover a equidade, o bem-estar e a prosperidade compartilhada”.
No caminho para Hábitat III se realizará a segunda sessão do Comitê de Preparação, em Nairóbi, Quênia, de 14 a 16 de abril deste ano e a terceira será em Indonésia, em julho do próximo ano.
ONU-Hábitat - Mercocidades
No final do ano passado, durante a cúpula de Mercocidades em Rosário, Argentina, a Rede firmou um memorando de entendimento com a ONU Hábitat, onde se acordou a mútua cooperação técnica para a construção da proposta, desenvolvimento e implementação da Nova Agenda Urbana, incluindo temas específicos como: desenvolvimento e planificação estratégica urbana, financiamento e economia urbana. Além de integrar programas como Cidades Seguras e Cidades e Mudança Climática.
A princípio de 2015, ONU-Hábitat e São Paulo, Brasil, cidade que exercerá a Secretaria Executiva de Mercocidades em 2016, assinaram um acordo de entendimento. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o diretor do Escritório Regional para América Latina da ONU-Hábitat, Elkin Velásquez, acordaram o trabalho conjunto em áreas como desenvolvimento urbano, mobilidade, habitação, meio ambiente, combate à pobreza, tecnologia da informação e gestão pública.
“Em 2016 teremos em Hábitat III uma conferência onde se discutirão uma série de questões sobre o desenvolvimento urbano sustentável. Com esta aproximação e o acompanhamento, o qual já vem se realizando se fará de forma mais fácil” afirmou o secretário municipal de Relações Internacionais e Federativas, Leonardo Barchini.
Velásquez destacou as ações da gestão urbana da capital frente a outras metrópoles do mundo. “São Paulo é uma cidade de referência para toda América Latina, dado que aqui se está desenvolvendo uma posição progressista bastante importante. Fazer um plano é importante, mais ainda materializá-lo” afirmou.
Ao mesmo tempo ressaltou que “agora que há acordos urbanísticos podemos e devemos estar aliados a políticas mais estruturadas, normalmente ligadas a mudanças estaduais ou nacionais”. “Necessitamos demonstrar como pequenas decisões têm impactos estruturais e de longo prazo, como as ações de gestão urbana podem responder a dilemas como emprego, segurança e iniquidade”.
Mercocidades, através de suas distintas instâncias temáticas, vem trabalhando com ênfase na nova agenda urbana da ONU-Hábitat em busca do desenvolvimento urbano sustentável. Ademais, vem preparado um documento coletivo que expressa o posicionamento da Rede para Hábitat III.
Acesse aqui o documento do acordo entre Mercocidades e ONU-Hábitat assinado em Rosário.
Conheça os avanços no posicionamento de Mercocidades.
Fonte: www.onuhabitat.org